Palavras que causam confusão

Mamães, professoras, pedagogas e pessoal do Departamento Infantil da igreja, aqui estamos mais uma vez pra lhe ajudar!

Nós já ensinamos os pequenos a usarem as portinhas dos olhos para não deixarem entrar visitinhas indesejáveis na cabeça. Mas hoje vamos falar sobre uma portinha muito, muito importante: a boquinha.

Como Orientadora Educacional, estou a disposição para ajudar vocês no que for preciso. Use o espaço dos comentários ou mande um e-mail para: [email protected]

Berenice não mudava nunca. Sempre fazia seus coleguinhas tristes com as fofocas que espalhava. Certo dia, na hora do recreio, viu Terezinha entrar na sala de aula e pegar uma sacolinha com lanche de dentro da bolsa de Lúcia e comê-lo. Não perdeu tempo. Saiu pelo pátio cochichando no ouvido de todos os amiguinhos, contando que vira Terezinha roubar o lanche da bolsa de Lúcia.

Infelizmente, todos começaram a espalhar aquela fofoca e, quando voltaram para a sala de aula, o comentário era geral. Todos cochichavam entre si dizendo que Terezinha era uma ladra. Terezinha entrou por último na sala e percebeu que seus coleguinhas estavam olhando estranho para ela e não conseguiu entender o motivo. Virou-se para conversar com a coleguinha de trás e ela lhe respondeu estupidamente:
- Não falo com ladra!

Terezinha levou um susto e perguntou:
- Por que você está me chamando de ladra?
- Não se faça de sonsa, Terezinha! Você sabe muito bem! – retrucou a coleguinha.

Terezinha, com lágrimas nos olhos foi até a mesa da professora e contou que estava sendo acusada de ladra e não sabia o motivo. A professora olhou para a classe e percebeu que todos estavam olhando para Terezinha com muita raiva e então perguntou:
- Crianças, o que está acontecendo?

Paulinho ficou em pé e respondeu:
- Berenice nos contou que viu Terezinha entrar aqui na sala na hora do recreio e roubar o lanche que estava dentro da bolsa de Lúcia.
- Você realmente viu isso, Berenice? Perguntou a professora.
- Vi sim, professora. Ela é uma ladra de lanche.

Terezinha chorava sem parar e pedia permissão para explicar o que tinha acontecido. Mas a classe estava tão agitada a acusando que não lhe davam chance de falar. A professora então disse às crianças:
- Toda história tem dois lados e não podemos acusar ninguém sem lhe dar a chance de se defender. Então vamos ouvir o lado de Terezinha.

Terezinha mal conseguia falar. Estava muito triste e nervosa:
- Vocês não podem me acusar assim. Por que não vieram primeiro falar comigo e saber a verdade? O que aconteceu foi o seguinte, Lúcia precisou ir embora mais cedo hoje para ir ao médico e, antes de sair, me pediu duas coisas: para eu levar a mochila dela quando eu fosse embora e para eu comer o lanche que ela havia trazido para a escola. Por isso, Berenice me viu pegar o lanche da mochila de Lúcia pra comer no recreio.

Todos ficaram em silêncio e com vergonha por terem acusado Terezinha. A professora aproveitou a oportunidade para ensinar uma grande lição para a turminha. Pediu que todos a seguissem até um pequeno morrinho que ficava atrás da escola e levou com ela um sacou cheio de penas que as crianças usariam para fazer cocar de índio. Subiram o morrinho e naquele momento estava ventando bastante. Chamou Berenice e pediu que ela pegasse as penas e jogasse-as para cima. As penas, por serem leves, voaram com o vento e se espalharam por todos os lados. A professora então pediu algo bem estranho:
- Agora, Berenice quero que você recolha todas as penas e as coloque de volta dentro do saco! Seus coleguinhas podem ajudá-la.

Todos se entreolharam e disseram para a professora que não iam conseguir fazer aquilo. Que só conseguiriam recolher algumas, mas não todas as penas.
- Vocês tem razão! Disse a professora. Realmente é impossível recolher todas essas penas. Mas quero, com isso, ensinar-lhes uma lição muito importante. As penas são as fofocas. Quando espalhamos fofocas, não conseguimos mais recolhê-las e elas vão longe levadas pelas pessoas, assim como as penas foram levadas pelo vento. Então parem de falar mal das pessoas. Abram a boquinha apenas para espalhar boas coisas sobre os outros e todos seremos muito mais felizes!

Berenice abraçou Terezinha e lhe pediu desculpas. Depois todos os outros também vieram e pediram desculpas e naquele dia aprenderam uma grande lição. Viram, bonitinhos e bonitinhas, cuidado com o que a sua boquinha vai falar. Ela pode causar um grande estrago.

APLICAÇÃO:

A boquinha não serve apenas para comer, mas também para falar. Vocês viram porque ela é tão importante? Serve para mais de uma coisa. Na Bíblia tem um verso muito interessante que diz assim: “A boca fala do que está cheio o coração.”

Neste verso, o coração é o mesmo que o nosso cérebro. Então já entendeu a lição de hoje, né?  Tudo o que vemos, tudo o que ouvimos fica guardado em nosso coração (nosso cérebro) e por isso ele fica cheio, porque vemos e ouvimos muita coisa. Se vemos e ouvimos coisas boas nossa cabecinha estará cheia de coisas boas, mas vemos e ouvimos coisas ruins, nossa cabecinha estará cheia de coisas ruins. E estas coisas boas ou ruins são traduzidas em nossas palavras.

Por isso, bonitinhos e bonitinhas cuidado com o que vocês veem e com o que ouvem, pois sua boquinha vai dizer tudo o que está guardado em sua cabecinha, no seu cérebro.

Algumas crianças falam mal uma da outra, falam palavrões, xingam, fazem fofoca, cantam músicas feias, só contam histórias feias, porque só ouvem esse tipo de coisa. Mas, existem crianças que dizem palavras de amor e carinho, consolam seus amiguinhos, cantam músicas bonitas, contam histórias bonitas, falam de Jesus, porque seu coraçãozinho (seu cérebro) está cheio destas coisas.

Que coisas sua boquinha tem falado? As pessoas que ouvem vão saber pelas suas palavras o que você tem guardado em sua cabecinha.