Eu sou assim

Eu sou assim

Quem é essa?

Nesta primeira parte do post, um trechinho do nosso novo livro, Imagem & semelhança

Certo dia, uma amiga andou em minha direção com um sorrisinho cheio de orgulho. Tinha nos braços um álbum de fotografias com um tal ensaio, feito em estúdio por gente profissional. Colocou-o em minhas mãos sem dizer nada, como se quisesse me surpreender. De cara, já me impressionei com a capa. Era coisa chique! Quando abri o book, deparei-me com uma moça ma-ra-vi-lho-sa, daquelas de colocar a Gisele Bündchen no chinelo e sambar em cima. Ao virar as páginas, ficava cada vez mais boquiaberta com tanta beleza. Algumas pessoas dizem que não gostam de ficar perto de gente muito bonita porque isso ressalta sua feiura. Imaginei que aquela garota era do tipo que fazia a humanidade se sentir assim. Depois de contemplar o completo estereótipo da perfeição, caí no erro de perguntar:
— Uau! Quem é?

Por que fui abrir minha boca? Por quê?! Um mico cheio de constrangimento me aguardava.
— Ué… sou eu! — foi a resposta.

Ok, ok. Minha amiga era bonita, mas aquela das páginas não se parecia nada com ela. Percebendo que meu rosto queimava de vergonha, ela tentou consertar a situação. Mas só tentou:
— É que deram uma photoshopada para tirar as marquinhas da pele e tal.

Depois de ouvir isso, pensei: “Tirar umas marquinhas?! Minha querida, arrancaram sua identidade junto”. Olhando para ela e para o papel, sentia-me analisando o antes e depois de um transplante total de face e corpo. Não falei nada disso a ela, claro, mas não via sentido nenhum em fazer tamanha produção, ainda gastando dinheiro, para se tornar irreconhecível. Esses dias assisti a um debate sobre manipulação de imagem em revistas e publicidades. Dei risada ao ver atores e modelos confessando que já não se reconheceram em algumas fotos. “Fui à banca ver se havia chegado a revista da qual eu seria capa, mas não a encontrei. Perguntei quando chegaria, e o cara disse que era aquela mesma da estante. Aí reparei que a tal moça da capa era eu”, foi uma das revelações.

foto do perfil

Eu me lembro bem que na minha adolescência resolvi usar lentes de contato coloridas. Eu e meus próprios olhos azuis (eu paguei por eles… hehe) fizemos sucesso por aí. Certo sábado, fui visitar uma igreja de outro bairro, e no dia seguinte recebi por e-mail 2 declarações de “amor” de 2 caras que se apaixonaram por mim… Melhor dizendo, pelos meus olhos, que de fato nem eram tão meus assim. Ao invés de ficar alegre, me sentindo A TAL, fiquei arrasada. A garota que encantou os garotos não era eu. Tenho o típico olho de pomba, grande e pretinhoooo. Mamãe chamava de olhos de jabuticaba!

Deixei as lentes de lado. Percebi como era importante para as pessoas, e principalmente para mim, a naturalidade. Ser você mesma e aceitar sua condição é algo que transmite autoconfiança e boa autoestima. E volto a lembrar:

Aceitação não é comodismo.
É compreender sua realidade para saber lidar com ela.

Claro que temos coisas a mudar. Talvez você precise perder peso para melhorar a saúde e também sua imagem. Talvez necessite cuidar da pele para se sentir melhor com o que vê no espelho. Possivelmente não vai virar melhor amiga daquela celulite. Não há problema em enxergar sua realidade e sentir o desejo de MUDAR. O perigo está em desejar perder a identidade, perder o foco do que realmente importa, se afogar na tal VAI-IDADE, que falamos no post anterior. Assista a esse vídeo emocionante:

E você? Precisa mudar algo?
O que mais aprecia em si mesma?

por Emanuelle Sales

9 Comentários

  1. É. O que falta é aprendermos a nos ver na realidade. No mundo dos filtros de instagram, ficamos fora da casinha. O problema não está no filtro, está na insatisfação. Falou tudo friendaaaaaaaaaaa bju

    17 de novembro de 2014 @ 15:47
  2. Nara Torres

    Manu, o blog tá uma belezura viu, amei esse novo visual!

    Comentando sobre o post, simplesmente amei tudo que você disse! Eu mesma tinha mania de querer “photoshopar” minhas fotos nas redes sociais, mas depois de ler e entender o quanto ser você mesma é importante, agora deixei isso de lado… Cada um é bonito do jeito que é!

    Beijinhos

    17 de novembro de 2014 @ 18:05
  3. Jaqueline

    :/ não dá para ver o vídeo!

    18 de novembro de 2014 @ 13:18
  4. Renata Ribeiro

    Parabéns pelo post!

    18 de novembro de 2014 @ 14:41
  5. gisele

    é o reino de DEUS pertence as crianças, pensemos como crianças, Que vídeo faz nos refletir bastante ao ponto que chegamos na busca de sermos perfeitos. Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.
    Eclesiastes 1:2

    25 de novembro de 2014 @ 9:03
  6. Joyce Oliveira

    goste! Bastante!

    22 de março de 2015 @ 13:26

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