O que a Bíblia fala sobre dança e música?

Pior que ter memória ruim é ser uma jornalista com memória ruim. Não me lembro quem, nem onde e nem por que, mas ouvi uma mensagem muito interessante de um pastor sobre a dança. Ele fez o contraste entre a dança de uma criança, de cerca de 2 ou 3 anos, com as danças que comumente os adolescentes, jovens e adultos praticam. Crianças sacodem seu corpinho com empolgação, com pureza. Elas se remexem por qualquer sonzinho que ouvem. Experimente bater palmas perto delas e já vai ver uma “sacudidura”. Não se vê malícia nos seus movimentos. A dança infantil só desperta risos e aquela vontade louca de apertar bochechas (o pastor não falou esta parte, mas digo por mim mesma). Mas vamos combinar que as danças em outras fases da vida costumam perder a inocência. Além de tudo, têm como objetivo chamar a atenção para quem a dança. Eu pesquisei um pouco sobre jazz, ballet e outras danças populares e percebi que a definição “sensual” estava presente em praticamente todas. Esta referência é dada por profissionais e alunos, pois acreditam ser um grande elogio à dança e ao estilo.

Certo domingo, eu estava no aeroporto de Congonhas aguardando minha conexão em uma lanchonete (esperar comendo dói menos, né?). Na TV do local passava o programa do Faustão. Começou, então, a Dança dos Famosos. Enquanto eu assistia às apresentações — no qual um famoso dança com uma coreógrafa profissional (ou uma famosa dança com um coreógrafo) —, pensei: “Ahw, se fosse meu marido lá, eu já tinha invadido o palco e puxado ele pelos cabelos”. Mentira, não faria esta cena, mas jamais aceitaria que ele se metesse nessa. Era tanto agarramento, corpos colados, pernas e barrigas à mostra, calcinhas e “úteros” aparecendo. Pelo que bem conheço meu marido, ele também não ficaria muito à vontade de me ver numa situação assim.

Mas o assunto não está relacionado apenas ao ciúme e adultério — sim, adultério, pois a Bíblia diz que tudo que gera pensamentos maliciosos já é traição. Pode ser que você seja apenas um adolescente ou jovem, que nem é casado nem nada. E aí? O segredo de todas nossas escolhas cristãs é simples. Opa, não estou dizendo que escolher o que é certo é fácil. Eita, às vezes é muito difícil. O que digo é que somos facilmente instruídos através da Bíblia — aquele livro que não é feito só de Salmos e Provérbios. Então, se a gente quer uma resposta, vai ter que estudar mais a fundo do que pro Enem ou vestibular. Veja só como um verso já facilita nosso entendimento: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Filipenses 4:8).

Sabe qual foi a primeira vez que percebi que a questão de música e dança deveria ser mais analisada? Quando eu era criança/ adolescente ainda. Eu via um monte de amigos meus cantando e rebolando uma música que estava bombando, Cumade e cumpade, da dupla Leandro e Leonardo (caramba, me senti velha agora). Ninguém tinha sequer prestado atenção na letra e no incentivo da música. Eu martelei aquele ritmo e aquela informação na minha cabeça e fiquei seca na argila:

Veste a calça saint-tropez
Que deixa o umbiguinho de fora
Entra na roda e rebola
Rebolando sem parar
É gera-gera-geração Coca-Cola
Molha a calça toda hora
De tanto se esfregar

Então requebra, esfrega, requebra
Esfrega no cumpade
Que ele levanta e acende, acende
O fogo da cumade

Sabe o que percebo? Que a maioria das músicas tem algum apelo ao romantismo ilusório, à diversão inconveniente, à sensualidade e traíção (até as de ritmo mais fofinho e encantador). Olha só que letra mais “maravilhosa” do Luan Santana, por exemplo (que bem analisou há alguns anos a jornalista Fabiana Bertotti):

Mesmo que você suporte este casamento
Por causa dos filhos, por muito tempo
Dez, vinte, trinta anos
Até se assustar com os seus cabelos brancos

Um dia vai sentar numa cadeira de balanço
Vai lembrar do tempo em que tinha vinte anos
Vai lembrar de mim e se perguntar
Por onde esse cara deve estar?
E eu vou estar
Te esperando

(…)

Uma série de palestras chamada “O dilema da distração” abriu muito minha mente sobre música, letra e ritmo. Você só vai assistir essa série se REALMENTE  se interessar pelo assunto, porque vai precisar de mais de 1h para isso. Nem só do Salmo 23 vive o homem… Hehe Temos que nos aprofundar mais para evitar o “eu acho que”.

Na Bíblia vemos tipos diferentes de danças. Muitas delas eram uma expressão de alegria e de regozijo em louvor e celebração diante de Deus. Mas outras danças tinham um aspecto sensual, com intenção de agradar o sexo oposto. A filha de Herodias, por exemplo, dançou de uma maneira que agradou aos homens na festa do rei, levando este líder a fazer uma promessa sem raciocinar direito (Marcos 6:21-28). Em outras palavras, deixou o rei doidinho, hipnotizado!

Uma análise das referências bíblicas à dança revela o fato de que as danças israelitas consideradas como apropriadas eram de natureza litúrgica, sendo acompanhadas por hinos de louvor a Deus. Elas eram geralmente praticadas entre grupos de pessoas do mesmo sexo e sem quaisquer conotações sensuais (ver Êx 15:20; Jz 11:34; 21:21-23; 1Sm 18:6; 2Sm 6:14-16; 1Cr 15:29). A Bíblia fala também de pelo menos duas ocasiões em que pessoas estavam envolvidas em danças inadequadas. A primeira delas foi a dança idolátrica dos israelitas no contexto da adoração do bezerro de ouro (Êx 32:19). A segunda foi a dança da filha de Herodias para agradar o rei Herodes e seus convidados, no banquete em que João Batista foi executado (Mt 14:6; Mc 6:22).

Embora os judeus nos dias de Jesus continuassem praticando a dança (ver Lc 15:25), não encontramos nenhuma evidência no Novo Testamento de que a igreja cristã primitiva perpetuasse tal costume. Há quem sugira que esse rompimento cristão com a dança se deve à degeneração desde já no tempo de Cristo. Em contraste com as danças litúrgicas do período bíblico, a maioria das danças modernas é praticada sob o ritmo sensual das músicas profanas, que desconhecem completamente o princípio enunciado em Filipenses 4:8: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. Grande parte das danças de hoje tem se transformado em um dos maiores estimuladores do sensualismo. Mesmo não se envolvendo diretamente em relações sexuais explícitas, seus participantes geralmente se entregam ao sensualismo mental.

É… não existe porta mais escancarada e de fácil acesso que a da nossa mente. O mundo não pede autorização para entrar de mala e cuia. Só mesmo Deus para pedir licença. “Escutem! Eu estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa, e nós jantaremos juntos” (Apocalipse 3:20). Quanto respeito, quanta educação! Mas espere aí… Se Deus diz que tem uma porta em nosso coração, foi Ele mesmo que a colocou lá ao nos criar. Então ela deve ter alguma finalidade. Nós sabemos bem que o objetivo de uma porta é proteger e dar privacidade. Se Deus bate na porta, é porque respeita nosso território. Mas quem além do Senhor para agir assim? A lição foi dada: deixe a porta fechada. Não é qualquer coisa que pode ter livre acesso à sua mente. O controle é seu. Proteja-se!

Espero que o post tenha ajudado um pouquinho.
Estamos aqui para aprender juntos!