Polêmica do julgamento

Polêmica do julgamento

Julgar: analisar ou condenar?

Imagine se depois de comprar ou ganhar um dos livros do blog, em tons femininos e arte delicada, você o abrisse e descobrisse que sua temática é mecânica. De repente, aquela expressão clichê de “não julgar o livro pela capa” não é bem como a gente interpretava. “Julgar” parece ser uma expressão tão dura, não é? Mas, como muitas palavras no vocabulário, ela pode ser entendida de diversas formas, devendo ser contextualizada com bom senso. Afinal, o que se entende por “julgar”? Segundo o dicionário: Presumir, supor, pressupor, imaginar, crer, acreditar, pensar. Ao ver a diagramação de um livro, suas cores, fontes e imagens, o que você presume sobre ele? Muitas coisas, certo? Um profissional a planejou e a criou para que transmitisse uma mensagem. E vou além, afirmando que um trabalho assim revela a idade do seu público-alvo, o objetivo da obra e até o estilo literário do autor. Não se trata de pejorativamente de julgar um livro pela capa, mas sim de acreditar que ela expressa, obviamente, seu conteúdo. Neste post, quero te levar a entender as vertentes da palavra “julgar”, que vão desde “presumir” até a “condenar”.

julgar

Na Bíblia existe o julgamento humano entre cristãos, mas não condenação. Paulo manda a igreja julgar suas próprias causas, e ainda critica a igreja de Corinto por levar causas a tribunais ao invés de julgarem ali mesmo na comunidade e resolverem a situação. “Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?” (I Coríntios 6:5). Ou seja, podiam e deviam julgar. Em várias situações, o julgamento é imprescindível. “Como iremos, sem julgar, reprovar as obras das trevas ? Como iremos, sem julgar, descobrir o disfarce dos falsos mestres como nos manda Jesus ? Como saberemos, sem julgar, rejeitar o falso evangelho pregado, como Paulo nos orienta? Assim, julgar é inerente ao ser humano, é aprovado pela Bíblia e faz parte da vida” (blog Esboçando Ideias).

A polêmica sobre julgar pela aparência…

julgar_pela_imagem

Você não vai imaginar que um rapaz vestido com a camisa do Corinthians seja um palmeirense (fiz esta montagem boba só pra você ver como a imagem atrai um julgamento, uma pressuposição). Sua camisa não o define, mas revela algo sobre si. É inevitável não imaginar que ele seja um corinthiano. Por isso você achou esquisita a faixa que ele segura. Sabendo que é impossível o ser humano não criar ideias sobre o que vê (julgar), vale refletir: há coerência entre sua exterioridade e sua alma? O povo acha tão importante ornar a bolsa com o sapato, mas faz pouco caso para ornar a roupa com o caráter. “Quando a gente gerencia a nossa imagem, estamos cuidando de como os outros irão nos avaliar”, afirma a consultora de etiqueta Romaly de Carvalho. “A roupa é um item importante de comunicação e não damos conta disso”, continua a especialista.

julgar_pressupor

É automático e inevitável você tirar algumas conclusões e criar certas suposições sobre quem está ao seu lado, mesmo sem ter trocado uma palavra sequer com essa pessoa. O mesmo acontece quando os outros o veem. “O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração” (I Samuel 17:7). Só Deus vê o coração, o homem não tem o dom enxergar a alma, por isso o que expomos à humanidade é primeiramente nossa carcaça. A imagem é a primeira linguagem. Este conceito é defendido por especialistas em etiqueta, marketing e psicologia. O objetivo deste texto não é incentivá-lo a praticar a hipocrisia, mostrando uma imagem agradável, porém falsa, sobre si.

Vale lembrar que mudanças exteriores começam no interior, como um milho que só vira pipoca após passar por um processo de aquecimento. O objetivo é que você não confunda as vertentes da palavra “julgar”. É impossível viver sem pressupor ideias, mas Deus nos capacita para vivermos sem apontar o dedo para os outros. Ele nos alerta para não agirmos como juízes — isto nunca foi nossa função, e é um pecado de grande magnitude. O julgamento de condenação só pertence a Deus. “Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês” (Mateus 7:1-2). E se você tem sido vítima de julgamentos de condenação, lembre-se: “Toda língua que se levantar contra ti em julgamento tu a provarás culpada. Tal será a herança dos servos do Senhor, e esta é a defesa que faço do nome deles! O SENHOR falou” (Isaías 54:17).

Espero que tenha aproveitado a reflexão

por Emanuelle Sales

7 Comentários

  1. Ana Mara

    Concordo em gênero, número e grau!!!

    13 de julho de 2016 @ 17:12
    • Emanuelle Sales

      Ficamos felizes, Ana!

      14 de julho de 2016 @ 13:27
  2. Priscila Moraes

    Quando se tem escolhas a fazer é preciso julgar tudo. Não posso condenar uma pessoa, mas posso analisar (julgar) se ela é uma boa companhia pra mim, se os lugares são adequados pra mim, se os alimentos me farão bem…

    14 de julho de 2016 @ 13:26
    • Emanuelle Sales

      Comentário muito profundo e verdadeiro!

      14 de julho de 2016 @ 16:01
  3. ALLYNNE BISPO

    Gostei muito do texto!

    15 de julho de 2016 @ 16:02
  4. Thaina

    Manu, adorei! Quando vi o titulo, confesso, fiquei pensando besteira kkkk mas dps de ler o conteúdo, tenho-a admitir q concordo!!!

    31 de julho de 2016 @ 11:38
    • Emanuelle Sales

      Hehe Isso aí, Thaina, leu tudinho pra poder entender. As vezes as pessoas só leem o título e tiram conclusões erradas. Que Deus te abençoe!

      1 de agosto de 2016 @ 16:09

Publicar um comentário

Seu e-mail será nunca publicado ou compartilhado. Campos obrigatórios são marcados *

*
*

ou