Solte o cabo da nau!

Meu sonho sempre foi saber andar de bicicleta com destreza. Imaginava a delícia de deixar o vento bater em meu rosto e sentir a liberdade de pedalar, pedalar e pedalar. Mas a insegurança e o medo que tenho de cair, devido a traumas da infância, não me deixam realizar este sonho, e fico presa como por um cabo. Se apenas eu conseguisse soltar estes medos, cortá-los e desatar os nós que me impedem… E você? Quais são os “cabos” que lhe prendem?

Existe um oceano incrível à nossa frente, e muitas vezes nos mantemos amarrados ao cais, pois em nossa visão limítrofe, ali estamos seguros e nada nos abalará. E se olharmos para os lados, veremos centenas de embarcações que também estão como a nossa: presas no lugar. O vento sopra, as ondas arrebentam, fazendo com que uma bata contra a outra, fazendo fissuras, amassando, quebrando os barcos… E ali, sem sair a navegar, passam dias, meses, anos, quem sabe a vida toda sem saber o que há atrás da linha do horizonte.

Algumas embarcações estão de frente para o mar, pensando como seria navegar. Em seus sonhos diários, até se imaginam lá, em alto mar, cortando as ondas, aproveitando os ventos e vivendo altas aventuras. Mas ao voltarem à realidade, pensam: “Jamais! Ali existem perigos dos quais quero me ver longe! Não arriscarei a minha vida por uma aventura. Aqui ficarei preso aos cabos, em segurança”.

Nós também somos embarcações. Algumas grandes, fortes e robustas; outras pequenas e frágeis, mas a missão de cada uma é navegar. Navegar sempre, sem desanimar. Nosso porto seguro não é aqui deste lado. Ele está além da linha do horizonte, nas praias de outro mar. Sabemos que o mar nem sempre é calmo e tranquilo. Sabemos que a qualquer momento águas aparentemente tranquilas transformam-se em ondas gigantescas, maremotos, tsunamis. Sabemos também que tempestades vem e vão, e que teremos de lutar bravamente para manter-nos fora de perigo. Muitos sucumbirão e não resistirão à fúria do mar, mas sem desistir de ser barcos só por causa dos problemas que encontrarão.

Mas existem barcos especiais, não pelo seu tamanho ou robustez, não pela sua fragilidade ou pequenez. São especiais, pois não se deixam conduzir sozinhos. Escolheram como seu timoneiro o melhor de todos os comandantes. Alguém que conhece o mar como ninguém mais. Alguém que já navegou onde navegamos agora, e que sabe onde estão todos os perigos, pois já passou por todos eles e os venceu! Ele promete acalmar a tempestade, estender a mão se estivermos sucumbindo. Diz que teremos aflições, lutas, mas que nunca nos abandonará ou nos deixará sozinhos. Pede que sejamos fieis até o final e receberemos a coroa da vitória. Então, não fique preso ao porto! Não tenha medo de navegar. “Solte o cabo da nau”, pois Jesus quer ser o seu capitão, o seu comandante. Ele quer guiá-lo em segurança até as margens do outro mar.

Assista ao clipe…

Feliz sábado!